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Compartilhando e acessando com o Samba

Compartilhar arquivos em rede é sem dúvida uma tarefa que simplifica a vida de qualquer usuário, seja em casa ou no trabalho. Pra quem usa o GNU/Linux a ferramenta responsável para tal é o Samba.

Pra contextualizar, o Samba é um software que proporciona o gerenciamento e compartilhamento de recursos em redes com sistemas Windows, proporcionando não só o acesso a essas máquinas como também fazer o compartilhamento de pastas e arquivos em máquinas com o GNU/Linux e outros sistemas UNIX.

Como o processo de atualização do Samba 4, houve a necessidade de se fazer intervenção manual nas configurações do arquivo “/etc/samba/smb.conf”, vez que não há permissões para negociações de protocolos mais antigos, sendo necessário acrescentar duas linhas no arquivo “smb.conf” conforme imagem abaixo.

Visão geral do arquivo “smb.conf”

O processo de atualização do arquivo consiste em adicionar duas linhas na seção Global Settings. Para isso, no terminal digite: sudo nano /etc/samba/smb.conf e na seção mencionada insira as seguintes linhas sem aspas:

client min protocol = NT1

server min protocol = NT1

Terminada a edição do arquivo “smb.conf”, basta salvar usando “ctrl + O” e sair “ctrl + X”.

Na maioria dos casos a solução já resolve o problema, permitindo ao usuário acessar as pastas compartilhadas de outras máquinas na rede. Porém, recentemente o Debian/Sid recebeu algumas atualizações do Samba que fizeram com que o acesso as pastas compartilhadas deixasse de funcionar, gerando a mensagem conforme imagem abaixo.

Erro ao tentar acessar compartilhamento no Samba da maneira tradicional usando o Nautilus

Fiz inúmeros testes e pesquisei bastante sobre o ocorrido, porém não encontrei nenhum tipo de menção e/ou informação que levasse a uma solução. Durante os inúmeros testes, experimentei a mais simples das soluções, utilizar o caminho do compartilhamento no Nautilus, fazendo o seguinte:

Adicionando o caminho do local a ser acessado pelo Nautilus

Conforme a imagem acima, clicando em “Outros locais” no final da janela do Nautilus, em “Conectar a servidor” insira o caminho – smb://nome_usuario@endereço_IP/nome_volume_compartilhado – devendo ser observado que o usuário é aquele cadastrado na máquina que realiza o compartilhamento. Se a pasta compartilhada for em um sistema Windows, utilizar as informações do usuário. Se for um NAS, utilizar as informações do usuário cadastrado previamente. Deve-se colocar também o endereço IP do acesso, caso contrário não será possível finalizar a ação. Por fim, colocar o nome da pasta compartilhada, lembrando que o sistema é case sensitive, observando se está em maiúsculo e/ou minúsculo. Feito isto, após inserir as informações, abrirá uma caixa onde deverá ser digitado a senha de acesso. Se tudo correr bem, o acesso será liberado sem maiores problemas e você terá acesso novamente aos seus arquivos em rede.

Antes de finalizar, alguns esclarecimentos. As configurações do Samba foram feitas no Debian Sid e no Fedora 36, portanto, acredito que funcionará em qualquer outra distribuição. É necessário ter o Samba instalado para que o acesso funcione. Nas demais interfaces (KDE, XFCE, Mate, etc..) procurar o caminho relacionado a REDE para que seja inserido o endereço para acesso ao compartilhamento.

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E agora? Ferrou tudo.

Quando pinta uma tela de atualização de um sistema operacional, o povo fica eufórico! É comum quando novos softwares são lançados, os usuários correrem para atualizar. Nada melhor que novidades, especialmente quando são implementadas as tão solicitadas melhorias e principalmente, mudanças na interface gráfica. Tem gente que perde até o sono.

Já passei por essa fase. Confesso que nada mais agradável, ou não, em experimentar novidades. Sempre que um lançamento era disponibilizado, eu tava lá, pronto pro download. Porém, atrás das novidades sempre surge a dor de cabeça. Recordo de uma atualização do Ubuntu. Como sempre, curioso, nas vésperas de apresentar um trabalho na faculdade, não superei o desejo de instalar a nova versão e pimba. Ferrou tudo. Por sorte, apesar do aborrecimento, tinha becape do que precisava. Dureza foi ter que reinstalar o sistema antigo e reconfigurar na unha os drives da placa de vídeo que não era suportada. Maldita VIA.

Mês passado foi bastante agitado no universo dos sistemas operacionais. Foi lançado o Windows 11, o Ubuntu 21.10 e o macOS 12 (Monterey). Para amanhã (02/11), está previsto o lançamento do Fedora 35. Ambos os sistemas estão cheios de novidades. Certamente isso será motivo de upgrade. Porém, vale lembrar que nem sempre a mudança poderá se comportar da maneira que o usuário espera.

Em todos os sistemas que mencionei, da pra fazer a upgrade, ou seja, baixar a nova versão sem precisar formatar. Na moral, se eu fosse você não faria isso! Sério mesmo. Por mais que os desenvolvedores afirmem que é tranquilo e seguro, sempre pode dar errado. Não é pessimismo, é real. Vai dar errado! Acaba que algo não acontece conforme deveria e podem surgir diversos problemas, principalmente com incompatibilidade de drives e, assim, acabará ferrando com seu computador. Se você não tem experiência e habilidade, considere isso, apesar que formatar do zero é um saco.

Microsoft sugerindo a upgrade do Windows 11. Se eu fosse você eu esperava!

Normalmente quando se atualiza um sistema operacional fazendo upgrade, é necessário considerar vários fatores. O primeiro deles tem haver com espaço em disco, afinal, é preciso baixar um arquivo de tamanho considerável, o qual ocupará uma grande parcela de seu disco, devendo sobrar espaço suficiente para que ocorra a troca do sistema. Não havendo tal espaço, pode, não quer dizer que é regra, acontecer algum problema e o novo sistema não ser instalado. Considere que, com a upgrade, haverá uma troca. Sai o antigo, entra o novo. Sistemas Operacionais são complexos e nessa hora, se der algo errado, você poderá enfrentar problemas e sua máquina simplesmente morrer, sendo necessário ajuda técnica especializada. Avalie também se já existem drives compatíveis para o novo sistema.

Por fim e não menos importante, é sabido que novos lançamentos de sistemas operacionais, por mais que sejam testados pelos desenvolvedores, sempre ficará algo por fazer, o que poderá impactar na upgrade e consequentemente no bom funcionamento da máquina. No caos do Windows 11 por exemplo, foram identificados inúmeros problemas como a nova barra de tarefas, há relatos de problemas no sistema de pesquisa, vazamento de memória, internet lenta além de problemas com CPUs da AMD, dentre outros que estão deixando os usuários frustrados. Não que uma instalação limpa resolverá tais problemas, os quais são pontuais e atingiram alguns usuários, mas lembre-se, isso pode acontecer com qualquer um, afinal, é uma pancada de hardware que o Windows suporta. Lembre-se também que existem requisitos de hardware para que o novo sistema seja instalado. Considere também fazer o teste de compatibilidade.

Já no caso do macOS 12, foram relatados problemas com docks e hubs USB-C. No Ubuntu 21.10, até então, a principal insatisfação talvez esteja no uso dos SNAPs (Firefox), pacotes padrão criados pela Canonical e também com problemas de travamento no GDM além é claro da mudança para o GNOME 40. Não que isso seja um problemão, mas de certa forma impacta no cômputo final. Mudanças geram resistência.

Dizem que se conselho fosse bom, não se dava, se vendia, mas se você deparar com alguma tela de atualização para seu sistema, seja qual for, pense bastante antes de fazer a upgrade, afinal, seguro morreu de velho e se você utiliza seu computador para trabalho e não possui outra alternativa, é sempre prudente aguardar o amadurecimento do software e esperar para a próxima atualização. Porém, se ainda não se aguentar, a coceira for maior que a prudência, não esqueça de fazer um becape de seus dados e torcer para que tudo ocorra como deveria, não se esquecendo, claro, que a instalação limpa, ainda é melhor que uma upgrade.

Até a próxima!

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Webminal a maneira mais fácil de aprender sobre o terminal do Linux

A maior dificuldade de novos usuários que migram para o Linux é o terminal.  Para muitos a tela preta é um enorme quebra cabeça e dificulta muito a utilização, em especial  para quem não está familiarizados com essa poderosa ferramenta.

Dominar o terminal requer certa dedicação e estudo, afinal, é uma ferramenta que proporciona inúmeras possibilidades ao usuário, desde configurações, manipulação de arquivos e outras tantas. Existem centenas de sites, canais no youtube e materiais que tratam o assunto de forma a possibilitar um aprendizado mais eficaz, mas ainda assim muitas pessoas ainda torcem o nariz para a linha de comando.

Para quem está chegando no Linux é importante que o básico dos comandos em um terminal sejam  entendidos, haja visto que, mesmo aquelas distribuições que possuem ferramentas gráficas para configurações e automatização requerem a intervenção via linha de comando, sendo então necessário entender ao menos o essencial.

Para você que está cegando ao universo Linux e busca aprender mais sobre linha de comando, o site Webminal te oferece de forma gratuita e interativa (aprendendo e fazendo), em um terminal online, a praticar e usar as ferramentas mais comuns utilizadas no terminal.

Para usar o Webminal, basta registrar-se no site criando uma conta (em inglês) , e botar a mão na massa, realizando as atividades disponíveis. Então, o que você está esperando? Mãos a obra e bons estudos.

Via genbeta.com

Momento nostalgia – Linux 5.0?

Linux 5.0
A matéria falava da versão 5.0 do Conectiva Linux

Não há nada mais gratificante do que rememorar boas lembranças. Naquele dia 05 de outubro de 2000, numa quinta-feira, ao abrir o caderno de informática do Jornal Estado de Minas, tive um encontro que mudou para sempre minha visão sobre a tecnologia. Hoje, dando uma organizada em algumas coisas, encontrei este encarte, o qual jurava ter perdido e resolvi compartilhar com vocês esse momento nostálgico.

Jornal Estado de Minas
Clique na imagem para ver em tela cheia a matéria de capa.

A matéria começava falando da Linux Expo Brasil, que tinha acontecido uma semana antes da cidade de São Paulo e tratava o sistema operacional desenvolvido por Linus Torvalds como a principal estrela do evento. Na capa, uma foto do saudoso Conectiva Linux versão 5.0, a qual guardo com todo o carinho e esmero junto com o encarte do jornal, aguçou minha curiosidade. Não que eu já não tivesse ouvido falar do sistema. Algum tempo antes, numa conversa informal com amigos, isso na porta de uma funerária, o Linux chamou minha atenção justamente pelo fato de ser livre e seguro.

Conectiva

O texto também apontava as vantagens do sistema, o qual era bem mais barato que uma versão paga do Windows e permitia ao usuário promover modificações em seu código fonte. Me recordo de ter pago 88 reais na caixa do Conectiva 5. Ali começava minha verdadeira aventura no mundo da tecnologia.

Como disse o autor da matéria, “quem conhece o Windows e passa a utilizar o Linux, fica virtualmente apaixonado”. Realmente Laércio Vasconcelos não estava errado. Aquilo foi amor a primeira vista. Eu tinha que pôr a mão naquela caixa e instalar o Linux em meu velho Pentium MMX. Lógico que eu não tinha nenhuma noção de como comprar e nem como instalar aquele sistema, mas era isso que eu queria. Naquela época eu já usava dois discos rígidos e decretei que o segundo seria usado para o Linux. O grande barato daquilo tudo era saber que o sistema poderia coexistir numa boa com o Windows, então era descobrir onde comprar e instalar.

Download
Clique na imagem para ler o texto completo.

Um fator desanimador, e que hoje seria o menor dos problemas, era conseguir uma cópia online. A matéria falava em 18 horas para baixar todo o sistema. Hoje porém a história é outra, em menos de vinte minutos podemos baixar, dependendo da conexão, um DVD do Debian, Ubuntu, openSuse, Fedora dentre outros inúmeros sabores de Linux existentes e disponíveis. Porém, usando conexão discada naquela época e um maldito winmodem, essa tarefa estava bem distante de minha realidade. Naquele mesmo dia, após pesquisar depois da meia-noite – sim, as conexões eram feitas após a meia noite para baratear a conta telefônica – comprei meu Conectiva 5.

Programas e Interface
No detalhe acima o WindowMaker desenvolvido pelo brasileiro Alfredo Kojima e abaixo o KDE

A matéria além de mostrar screens de programas, o saudoso WindowMaker criado pelo brasileiro Alfredo Kojima, o KDE talvez em sua versão 1 ou 2 e lógico, a facilidade de instalação do sistema, o que na verdade não foi tão fácil assim para um principiante como eu, demonstrava o potencial do sistema para o mercado de trabalho, terminando suas conclusões mencionado que o Linux não era mais uma curiosidade acadêmica, mas sim um sistema maduro, robusto e seguro. Alguém duvida disso?

Ao longo desses quinze anos, o qual tive o incomensurável prazer de instalar o Conectiva 5 e dar minhas primeiras cacetadas no sistema de Linus, uma coisa é certa, o prazer é indescritível. Aprendi muito com o sistema do pinguim. Lógico que nem tudo foram flores. O caminho das pedras foi longo. Um dos fatores que mais dificultaram esse processo era a falta de documentação. O BR-Linux de Augusto Campos era até então um dos poucos sites que tratavam do assunto. Era e talvez seja o porto seguro de muitos usuários até hoje. A Conectiva também tinha um vasto material que ajudava e também atrapalhava em alguns momentos. O certo é que essa caminhada proporcionou além do conhecimento, amigos, boas discussões e até esse modesto blog.

Vale a pena usar Linux em seus computadores? Sempre me questionam isso. Nunca titubeei, claro que vale! As oportunidades são muitas e a curva de aprendizado é maior ainda.

Coleção
Versões do Conectiva Linux adquiridas em caixa. A versão 10 foi baixada direto do site.

Desde o Conectiva 5, passando pela versão seis, sete, oito, nove e finalizando na versão 10 do sistema, as quais tenho guardadas com muito carinho, cada uma me proporcionou alguma alegria e tristeza ao mesmo tempo. Após a fusão da Conectiva e Mandrake que resultou no Mandriva, experimentei um pouco de cada distro existente no mercado. Hoje uso o Debian e tenho uma enorme certeza, o Linux mudou minha forma de ver a tecnologia em toda a sua amplitude.

E você, como conheceu o Linux? Conte pra gente sua experiência com o sistema do pinguim.